RODA DE CONVERSA SOBRE A GREVE

Após três encontros da nossa “Roda de conversa†queremos socializar algumas impressões, debates, propostas que estão ganhando forma a partir desse espaço*:

– A participação é plural, a Roda não é de ninguém: estudantes, professores, técnicos; a favor da greve e contra a greve; momentos de 30 pessoas e momentos de 8 pessoas; maioritariamente geografia, mas sempre abertos a quem quiser participar. O aparecimento desse espaço já é uma conquista da greve.
Um espaço de socialização de posicionamentos políticos, de informações, de angústias e de demandas reprimidas. A Roda como espaço formativo propiciado por uma situação de greve que precisa ser conhecida e debatida em seus múltiplos desdobramentos.

– As temáticas debatidas mostram o mal-estar de todas as categorias: cortes no MEC; situação crítica da educação pública, gratuita e de qualidade; modelo de universidade; quem paga o ônus dessa crise ao mesmo tempo real e inventada; críticas ao sindicato; crise dos espaços e órgãos de representação; incompreensão com a passividade da pós-graduação; novas e velhas pautas do movimento estudantil; denúncia da falta de transparência e de diálogo aberto na Universidade em alguns temas (vagas de professores, recursos, etc.). A diversidade de temas mostra a necessidade de manter essa Roda para além da greve como um espaço de longo prazo para debater e encaminhar propostas, reunir e compartilhar informações, etc. Durante a greve ganha um formato mais dinâmico (“contra a greve de pijama e pantufaâ€), que permita mais diálogo e conhecimento sobre a conjuntura da mesma. Depois da greve poderia ser uma vez por mês para não perder a sinalização dos problemas deixando de encaminhar propostas ou fazer seguimentos das demandas fundamentais.

– Complementar os momentos “divã†com os momentos propositivos: diagnóstico de como nos afeta a greve como categoria e como atores da educação pública, gratuita e de qualidade; a percepção de que essa greve escancara uma articulação em várias escalas (departamento, UFPR, Brasil, mundo) e ao mesmo tempo evidencia nossa desarticulação e desmobilização nos chamando a revitalizar os espaços de formação e representação. Nesses primeiros encontros a socialização das angústias tem sido fundamental para localizar os problemas e as formas como cada um de nós os percebe, inclusive para podermos pensar diferente mudar. Esse momento é necessário perpetuamente e cada vez mais vai surgindo a necessidade de pautas propositivas que acompanhem essas reflexões necessárias. Não há ruptura entre esses momento, sim há amálgama e continuidade, com o cuidado de não perder a riqueza de nenhum olhar pelo caminho. Cuidar de não monopolizar os espaços com as demandas particulares (de professores, de estudantes ou de técnicos, de quem reivindica o direito a se formar ou de quem não se conforma de perder uma conquista como o Ciências sem fronteiras que faria toda a diferença para sua formação…) e que todas possam se reforçar. Os momentos “divã†e os momentos propositivos também são possíveis através de momentos lúdicos como exibição e debate de audiovisuais, oficinas de cartazes ou de percussão.
No último encontro (31/08), pensamos uma série de atividades para fortalecer a ideia de continuidade, de espaço aberto e formativo. Colocamos também os momentos que já aconteceram e a agenda que a APUF divulgou para reafirmar a construção social que significa uma greve:

Data, Atividade e local
Organiza
18/08 1ª Roda de conversa sobre a greve. “Que pensamos sobre a greve?†T-02. Ed. JJ Bigarella, org: Roda
25/08 2ª Roda de conversa sobre a greve. Exibição e debate do filme “Eles não usam black-tieâ€. T-02. Ed. JJ Bigarella, org: Roda
31/08 3ª Roda de conversa sobre a greve. “Situação da greve e propostasâ€. Hall do Ed. JJ Bigarella, org: Roda
01/09 Debate sobre A Universidade e o Ajuste Fiscal. Auditório de administração do Cento Politécnico. 14:00h, org: APUF-PR
02/09 Assembleia comunitária das três categorias onde debaterão os pontos da pauta unificada e a conjuntura da greve. Restaurante Universitário (RU) central, 9:00h. Plenária dos movimentos sindicais e populares. RU Central. 19:00h, org: Estudantes, professores e técnicos.
03/09 4ª Roda de conversa sobre a greve. “Sessão informativa com os comandos de greve de estudantes, professores e técnicos†T-02. Ed. JJ Bigarella, org: Roda
09/09 5ª Roda de conversa sobre a greve “Efeitos dos cortes e levantamento das demandas no Departamento de Geografia†T-02. Ed. JJ Bigarella, org: Roda
09/09 Reunião de negociação da pauta unificada, com a Reitoria da UFPR, org: Estudantes, professores e técnicos.
10/09 6ª Roda de conversa sobre a greve “Exposição e debate do Plano Nacional de Educação†com a participação da profa. Angela Katuta (a confirmar).

Material disponível em:
http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm
http://pne.mec.gov.br/images/pdf/pne_conhecendo_20_metas.pdf

org: Roda
Além dos momentos dedicados aos debates dos temas ligados à crise, à educação, às pautas concretas de crise, sempre se pensou em momentos lúdicos que nos permitam encarar essa greve com outras linguagens e ânimos. Há propostas de uma oficina de percussão, de exibir o filme “Prideâ€, de um café da greve (compartilhar alimentos e conversa) e de outras que podem ir aparecendo, só falta marcar um dia e uma hora. Também há temas que foram sugeridos e que podem ser retomados: Declaração de Bologna, Agenda Brasil…
(*) Essa reflexão não pretende ser exaustiva, nem seletiva do que foi mais importante na Roda de conversa, pretende ser apenas uma lista das questões que foram aparecendo. Desculpem pelas que ficaram de fora.

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